sábado, 21 de setembro de 2013

Invenções expostas na Feira de Projetos Futuristas da escola técnica ETE FMC


- Alunos mostram suas invenções, algumas inusitadas, na 33° ProjETE, promovida pela ETE FMC, de 3 a 5/10, em Santa Rita do Sapucaí - MG
- Ao longo dos anos, os projetos já conquistaram diversos prêmios nacionais e internacionais



Um aplicativo “App” para celular  que ajuda a controlar os horários em que o paciente deve tomar seus medicamentos; um robô que  rastreia pessoas em escombros e desabamentos; um copo que controla a quantidade de bebida alcoólica ingerida e avisa a hora de parar; uma cadeira inteligente que corrige a postura, indicando o modo correto de sentar; e um despoluidor de rios que remove resíduos sólidos. Essas são algumas das 200 invenções apresentadas na 33ª edição da Feira de Projetos Futuristas - ProjETE 2013 , que ocorre de 3 a 5 de outubro, durante a Semana da Eletrônica da ETE FMC.
O evento reúne projetos das áreas de automação, eletrônica, biomédica e telecomunicações voltados para aplicação em saúde, informática, inclusão, resgate, aeronáutica, trânsito, sustentabilidade, prevenção de acidentes e esportes. Com foco principal em inovação e criatividade, as invenções foram desenvolvidas por alunos do Ensino Médio e Técnico, e do curso Técnico Noturno, da ETE.
Há 10 anos, os melhores projetos são selecionados para participar da Febrace - Feira Brasileira de Ciências e Engenharia da Universidade de São Paulo, considerada a maior feira de ciência e engenharia no País, voltada para estudantes pré-universitários. As invenções da ETE já ganharam 66 prêmios na Febrace.
Também, anualmente, os projetos da ProjETE são premiados pelo meio científico – em 2012, três entre os melhores receberam sete prêmios (entre eles, a Cadeira Ortostática Dinâmica e o Heart Solution); e em 2011, dois projetos conquistaram 11 prêmios, dois deles internacionais, sendo que o protótipo Visão Interativa para Deficientes – VID ficou com sete prêmios, um deles o primeiro lugar em Engenharia da Febrace.
Vale destacar ainda que a ETE FMC possui muitos alunos considerados nativos digitais, que são os jovens nascidos no final da década de 90 até o presente e que já cresceram em contato direto com a internet, a velocidade da informação, as novas tecnologias e o universo digital no geral. “Pelo fato desses jovens estarem habituados a essas tecnologias e começarem a criar invenções, antes mesmo de se tornarem adultos, eles passam a ser o nosso foco, já que somos uma escola de nível técnico, apropriada para essa faixa etária. Nosso objetivo é possibilitar que um adolescente transforme, também, seus passatempos em uma carreira bem-sucedida”, explica o professor Alexandre Loures Barbosa, Diretor Geral da ETE FMC.
Inovação em primeiro lugar – Segundo Barbosa, muitos dos alunos que participam da ProjETE abrem empresas com suporte da escola. Algumas delas, instaladas no Vale da Eletrônica, nasceram dentro da instituição. “Nossa intenção é fazer o possível para que os empreendedores de nosso ambiente acadêmico tenham a possibilidade de desenvolver um plano de negócio, um protótipo ou obter visibilidade para o surgimento de parcerias", explica o diretor.  Confira alguns dos projetos da ProjETE 2013:

-Smart Medicine: Aplicativo para celular ou tablet. Por meio da plataforma Android, ajuda a controlar os horários em que o paciente deve tomar seus medicamentos. Um leitor de código de barras auxilia na liberação da dose, para evitar risco de erros.
-Rastreador de Pessoas em Escombros: Pequeno robô rastreia pessoas presas em escombros e desabamentos. Capaz de passar em lugares estreitos. Faz leitura de calor do ambiente em que a vítima se encontra.
-Despoluidor de Rios: Remove resíduos sólidos em canais de água utilizando pás mecânicas, eletronicamente controladas.
-Tapete de Auxílio a Crianças (TAC): Um tapete conectado a um videogame orienta a movimentação de crianças com deficiência visual e, por meio de um software, ensina a executar tarefas do dia a dia.
-Plataforma de Salto: Sistema de sensores monitora saltos de atletas, em tempo real, e mede também a pressão do impulso e tempo de “voo”.
-Armário controlador de remédios: Ajuda a armazenar remédios em farmácias de hospitais, controla estoque e datas de validade. Os remédios só podem ser retirados com senha.
-Bebidas alcoólicas: Copo que controla a quantidade de bebida alcoólica ingerida e avisa a hora de parar.
-CAASP: Cadeira inteligente corrige a postura e indica o modo correto de sentar.


Histórico da ETE FMC


A ETE é a primeira escola de eletrônica de nível médio da América Latina. Iniciou em março de 1959. Sua fundadora, Luzia Rennó Moreira - Dona Sinhá Moreira - comemorou o sucesso de seus esforços entregando a direção de seu empreendimento educacional aos Jesuítas, que com base nas dimensões do Paradigma Pedagógico Inaciano, realizam a caminhada educativa em busca da excelência acadêmica e humana. Construída em uma área de 131.000 m², possui várias instalações para uso da comunidade educativa.

Sinhá Moreira

Não é fácil sintetizar o perfil de uma mulher extraordinária. Dizia Guimarães Rosa que as pessoas que viveram intensamente não morrem. Ficam encantadas. Permanecem presentes e atuantes nos que vieram depois e procuram seguir suas pegadas ou fazer germinar, crescer, florescer e frutificar as sementes que foram lançadas na sua passagem fecunda pela vida.

Assim foi Sinhá Moreira. A filha de Francisco Moreira da Costa, líder político, a sobrinha de Delfim Moreira, presidente da República, a menina sonhadora, amou ternamente sua família, apaixonou-se pela sua terra e sua gente simples e laboriosa. Foi construtora de ruas, casas e escolas na sua pequena Santa Rita do Sapucaí, sonhou o crescimento dos jovens com a educação e a promoção profissional. Reservava grande parte de seu coração de mulher para os doentes e os pobres. Sua generosidade propiciou estudos em São Paulo, Rio de Janeiro ou Belo Horizonte para os jovens esperançosos de sua terra.

No final da vida, vislumbrava um futuro diferente para os jovens, sabendo que uma escola técnica abriria para eles novos caminhos e canalizaria para sua cidade novos rumos de desenvolvimento. Aconselhada por professores do ITA de São José dos Campos lançou as bases da Escola Técnica de Eletrônica que leva o nome de seu pai. Obra pioneira no Brasil. Contou com o auxílio dos tradicionais educadores, os jesuítas, e não foram poucos os sacrifícios e dificuldades que não abalaram a fé e a determinação desta mulher de fibra.

Em 1959 nasceu a ETE. Em 1965 nascia o Inatel e, logo depois, a FAI. Três escolas de nível educacional e tecnológico exigente, com grande senso de empreendedorismo. Desde os anos 70, juntamente com o ITA e outros centros em São Paulo e Campinas, Santa Rita fez crescer, nucleado nas escolas, o cluster, pólo tecnológico que transformou a cidade provinciana no Vale da Eletrônica.

Desde março de 1963 os restos mortais de Sinhá Moreira, do alto da colina onde está o mausoléu de sua família, contemplam o Vale do Sapucaí, vibrante de trabalho, de alegria, de esperanças. No céu, sua figura tutelar, recebe de Deus o prêmio por uma vida de amor, que se fez doação a sua terra e sua gente.

A memória de Sinhá Moreira deve permanecer entre nós para inspirar os que trabalham nas suas escolas, os que dedicam sua vida e talento ao crescimento dessa cidade. Sinhá nos ensina que a verdadeira riqueza só pode nascer do trabalho. Ela mostra que a felicidade não é estar na posse ou no gozo egoísta dos bens, mas na doação, na partilha, na amizade. “Os pobres me ensinaram as grandes lições da vida”, dizia Sinhá Moreira em seu testamento. Como diz a Sagrada Escritura, há pessoas que ainda nos falam depois de mortas. Mas, para isso, devem viver na memória do coração pelas suas lições de vida.

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